Sismos Em Lorca Fazem 9 Mortos E 260 Feridos
O primeiro sismo, de magnitude 4,4, decorreu às 17h05 locais (menos uma hora em Lisboa). Às 18h47 locais, um segundo abalo atingia 5,2 na Escala de Richter e danificava os edifícios da cidade, onde moram cerca de 92 mil pessoas.
Partes de edifícios caíram na via pública, atingindo quem passava e danificando viaturas.
Os números relativos aos atingidos pelos sismos são ainda provisórios. As autoridades regionais, que ontem admitiam uma dezena de mortes, reviram em baixo as suas estimativas. Entre as vítimas cuja identidade já foi confirmada está um rapaz de 17 anos, um homem de 71 e duas mulheres grávidas. Todas as vítimas são de nacionalidade espanhola.
Trinta pessoas continuam hospitalizadas, com diversos ferimentos, três das quais em estado muito grave. Logo após o sismo, 260 pessoas receberam assistência a ferimentos mais ligeiros.
Mais de 10 mil habitantes ficaram desalojados, optando muitos destes por passar noite no recinto de feiras. Este é um dos 10 pontos da cidade onde se concentrou quem não podia ou queria regressar a casa.
Trinta mil passaram a noite fora de casa
Os trabalhos de limpeza dos escombros começaram esta manhã e as equipas de resgate conseguiram retirar uma pessoa com vida. O autarca de Lorca diz que a prioridade imediata é procurar os desaparecidos. “Todos os que morreram estavam na rua, pela queda de destroços, desprendimentos. Mas pode haver ainda alguém sob os destroços”, disse Francisco Jodar, apelando ao respeito pelas indicações da Proteção Civil.
Cerca de 30 réplicas foram registadas, o que levou as autoridades a recomendarem aos habitantes para não regressem às suas casas. As réplicas não provocaram danos.
Trinta mil pessoas passaram a noite em tendas de campanha, outros em caixas de cartão ou simplesmente abrigados por um cobertor. Esta manhã, voluntários estavam a providenciar bebidas quentes e equipas de psicólogos acompanham as famílias das vítimas.
Os dois hospitais evacuaram as 400 pessoas que estavam internadas e os comboios já começaram a circular, apesar da destruição da fachada da estação. As autoridades locais decretaram três dias de luto por causa das vítimas.
Zapatero visita hoje região afetada
O primeiro-ministro decidiu interromper a campanha para as eleições municipais e regionais de 22 de maio, para supervisionar o grupo de emergência de coordenação das operações de salvamento.
Esta manhã, às 11 em Lisboa (12h locais), foi observado um minuto de silêncio nas sedes de todas as autarquias espanholas, numa homenagem decretada pela Federação Espanhola de Municípios.
Zapatero deverá ainda esta quinta-feira visitar a Lorca, onde foi o epicentro dos sismos, a 70 quilómetros de Múrcia. Zapatero deverá fazer-se acompanha dos ministros do Interior e da Defesa. Também o líder do PP, Mariano Rajoy, se desloca à cidade mais afetada pelo terramoto.
A parte antiga da cidade foi a mais afetada e um sino de uma igreja caiu durante um direto televisivo. No entanto, os estragos são visíveis em toda a cidade. Foi cortada a Auto-Estrada do Mediterrâneo no troço do túnel de Lorca.
A ministra da Defesa Carmen Chacón enviou uma unidade de intervenção militar, composta por 350 homens. A Cruz Vermelha montou três hospitais de campanha. No local estão 400 socorristas.
O diretor dos serviços sísmicos de Espanha, Emilio Carreno, nota que a região de Múrcia, junto ao Mediterrâneo, é “uma das regiões da península com mais elevado risco sísmico”.
Estes foram os sismos mais graves a atingir o país vizinho nos últimos 50 anos. Em 1956, um sismo a sul da região de Granada causou a morte de 12 pessoas e ferimentos em 70.
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