A organização não-governamental (ONG) britânica Oxfam advertiu que décadas de progresso contra a fome na África estão sendo revertidas pelo aumento no preço dos alimentos, secas e políticas agrárias "desleais". Um novo relatório da Oxfam foi divulgado hoje, um dia após a polícia do Quênia ter dispersado dezenas de manifestantes que tentavam realizar uma vigília noturna para protestar contra a elevação dos preços dos alimentos.
A ONG diz em seu relatório "Produzindo um futuro melhor" que "mais protestos e distúrbios são quase inevitáveis, a menos que governos ajam para garantir que as pessoas tenham o suficiente para comer. Em muitos países africanos os preços já estão em um recorde histórico de alta e mesmo gêneros de primeira necessidade estão fora do alcance de muitas pessoas".
Ontem, policiais quenianos com cassetetes dispersaram manifestantes que estavam na rua onde ficam os escritórios do primeiro-ministro e do presidente do país. Dinah Awuor Agar, presidente do grupo de trabalhadores com baixos salários conhecido como Parlamento do Povo, disse que o protesto era contra a elevação do custo de vida, uma questão que já provocou protestos em outros países africanos.
O primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, pediu paciência aos manifestantes e disse que o governo trabalha para resolver o assunto. "Nós sabemos os problemas que a economia do país está sofrendo. Nós sabemos que nosso povo enfrenta a fome", afirmou Odinga durante um discurso hoje. O presidente do país, Mwai Kibaki, também garantiu que o governo trabalha para reduzir o custo de vida.
A Oxfam afirma que nações ricas, corporações multinacionais e elites locais estão tomando terras necessárias para a produção de comida. A pesquisa da ONG prevê que os preços dos alimentos dobrem nos próximos 20 anos. As informações são da Associated Press.
Fonte: parana-online.com.br
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